quarta-feira, 22 de maio de 2013


 Pelas noites descansa o corpo,
Que acorda para a insónia,
Pede-te que venhas, lento-
Quente, como chamas que não ferem.
Pede-te que venhas... Vem.

Fala-me de ontem e de amanhã
Que o hoje cansa, cedo-
Logo pela manhã.
Fala-me do que foi, do que será,
Porque só do que é se tem medo.

Mas apaga as luzes, se vieres,
Que olhar-te tem um preço:
Querer que fiques...
Posso antes ouvir-te, tocar-te e imaginar
Apenas, que imagino que te tenho.

E adormecer em pele morna
De nos termos.
Sob o som do relógio que compassa o ritmo
Do esquecimento. Acenderias um cigarro?
Sorver dele o meu sono.

Faz o tempo perder as horas...
O infinito perder o tempo.
Faz com que seja- agora!-
Eterno, esse momento.
Mas, no fim, não me acordes, vai embora.
 
Iolanda Oliveira

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